Deixe-me dizer o significado de (pronuncia-se “soo”) antes de prosseguir com a explicação do título. Como você pode ver, é um ponto em um círculo. Se fosse apenas isso, pode parecer sem significado específico, mas devo dizer que nada tem um significado mais místico, profundo e grande do que a forma (su).
Deixe-me primeiro explicar o significado do círculo. Todas as coisas no universo são criadas desta forma. O sol, a lua e a terra são redondas. O espírito do ser humano, quando se desloca de um lugar para outro, tem a forma de uma bola redonda. Os espíritos divinos também se movem em formas circulares. Embora um espírito divino e um espírito humano tenham a mesma forma, um é composto de luz brilhante e o outro tem um corpo opaco de cor amarelada ou esbranquiçada com pouco brilho. Um ser amarelado é um espírito masculino e um ser esbranquiçado é um espírito feminino. O primeiro corresponde ao sol e o último à lua.
Como você sabe, este mundo foi criado na forma de um globo. Um globo sem centro seria apenas uma concha vazia, como um corpo humano sem alma. É somente quando uma alma entra no corpo que ela se torna um ser consciente e pode ser ativa. Um ponto em um círculo – – simboliza a conclusão de uma criação. O toque final que um artista dá à sua criação é chamado em japonês de “colocar a alma dentro”. Isso significa a mesma coisa.
Nesse sentido, a era que agora está passando foi aquela que não tinha esse ponto, ou alma, por assim dizer. Certa vez, chamei a Velha Era de civilização externa, pois esse vazio interior se manifesta em todas as fases da velha civilização.
Os tratamentos sintomáticos para doenças são bons exemplos da civilização externa. Têm sido feitas tentativas para suprimir sintomas como dor ou prurido por injeção de medicamentos para anestesiar o corpo ou pela aplicação de pomadas ou linimentos. Quando a febre está alta, são usadas compressas frias ou comprimidos. Isso apenas suprime a purificação. Os enfermos são temporariamente aliviados de seus desconfortos por esses métodos, é verdade, mas eles não eliminam a causa. Consequentemente, a verdadeira cura não pode ser efetuada e as condições anteriores estão fadadas a se repetir. Podemos chamar isso de apenas adiamentos do sofrimento. A verdadeira causa da doença está no interior – o ponto no círculo. Esse fato ainda não foi percebido pela ciência.
O mesmo pode ser dito dos crimes. Atualmente, o único método usado para prevenir novos crimes é dar aos criminosos a má experiência de sofrer punições. Este também é um tratamento sintomático, igual ao utilizado pela ciência médica. Na maioria dos casos, uma vez que uma pessoa comete um crime, ela frequentemente repete seu ato. Existem alguns indivíduos que cometem crimes dezenas de vezes. Os piores deles passam mais tempo na prisão do que no mundo. A causa de tal condição também está na fraqueza do ponto no círculo, na alma não desperta.
O mesmo se aplica à guerra. Quando um lado tiver mais armamentos, o outro lado vai abandonar por enquanto a ideia de atacá-lo porque não há chance de vitória. Este é apenas um método de adiar as batalhas; a guerra recomeçará inevitavelmente, como a história nos diz claramente. Quando pensamos sobre essas coisas, podemos perceber que a civilização até agora tem sido uma esfera vazia sem o ponto central nela.
Já falei muitas vezes sobre os noventa e nove por cento do poder maligno contra o último um por cento do poder divino. Quando o ponto entrar no círculo, que é o último um por cento do poder divino, isso mudará a maré. Em outras palavras, o mal, que tinha noventa e nove por cento de poder, será superado pelo último um por cento de poder do bem. É assim; exatamente quando o interior do círculo está a ponto de ser contaminado completamente pelo mal, o último um por cento do poder divino purificará a coisa toda, tornando-a totalmente branca. Em outras palavras, Deus colocará o ponto central, a alma, na civilização que tem sido uma casca vazia até o presente. Assim, este antigo, que era apenas um círculo sem ponto, ganhará vida. Isso é o que quero dizer com o nascimento de uma nova civilização.
10 de setembro de 1952